sábado, abril 16, 2016

POLITICAMENTE CORRETO!

Voltamos no tempo e lá está gravada na memória, grandes histórias que quando contamos nos tempos atuais achamos até graça. Hoje essas ações seriam consideradas um insulto, falta de ética, o não correto, o politicamente incorreto. O Corinthians está contratando Marquinhos Gabriel, que depois de estar praticamente acertado verbalmente com o Santos, resolveu se acertar com o timão, o Corinthians fez certo, ao “atravessar” uma negociação quase consumada, ou viu naquele momento uma oportunidade de um bom negócio, oferecendo uma proposta melhor ao um jogador valorizado, este que futuramente será julgado (vaiado pela torcida do Santos, quando à encontra-la em jogos oficiais), por deixar de acertar com “fulano” mas ao final, se acertou com “cicrano”, fez o correto, ou é como chamam hoje em dia jogadores que procuram o melhor para si, um mercenário! Se coloquem no lugar do garoto.

Você tem um certo período para se trabalhar em alta performance, então começa a estagiar na empresa A, que digamos não lhe dá muito crédito, pois tem outros trabalhadores com o mesmo potencial e eficácia, durante o período final de estágio, um colega de trabalho bem conceituado fica doente, e não tendo uma outra alternativa seu chefe te coloca para exercer o cargo momentaneamente, você então mostra todo seu potencial, inclusive em comparações ao titular do cargo, você é descrito como superior em diversos pontos.

Passando por uma crise a empresa A, resolve não contrata-lo no momento e ao ver que outras empresas, como a B,C,e D que de alguma forma acompanharam sua performance elogiável, oferecendo convites para fazer parte do quadro de funcionários, de suas respectivas empresas, o que deixou a empresa A disposta a arrecadar recursos para contrata-lo finalmente. Foi um período de negociações com todas empresas postulantes envolvidas, de alguma forma se esfriam as negociações em um pequeno período de tempo, onde a empresa A então se próxima de um acordo, para que finalmente o contrate em definitivo, pois bem, quando se poderia comemorar está vitória aparentemente ganha, nos acréscimos finais do segundo tempo, eis que surge a empresa B, que lhe faz uma proposta melhor de trabalho, com novos desafios, uma melhor estrutura, um bom ambiente e melhor remunerado, ficou a dúvida, você trabalharia na empresa A, ou a empresa B?

O Corinthians “foi politicamente correto”, não sei, só sei que puxando na memória me lembro de uma história lendária, e folclórica que se passou em 1978, nos tempos de hoje seria um absurdo. Surge no futebol do interior de São Paulo, mais precisamente em Ribeirão Preto, no Botafogo um rapaz alto, esguio, aparentemente não se diria que seria um jogador profissional de futebol, onde administrava e se esforçava para se dar bem como jogador, e conciliar sua escolha aos estudos, assim se formar em medicina. Aposto que já sabem de quem estou falando, isto mesmo Sócrates, um craque em evolução e em evidência que levou a diretoria do Botafogo a receber diversas propostas de clubes na época, principalmente a do São Paulo.

O São Paulo estava próximo de contrata-lo, mais precisava “se livrar” de um de seus bons jogadores do elenco e o escolhido foi o volante Chicão um dos mais valorizados na época.

Vicente Matheus o presidente do Corinthians, esperto, sabia que precisava contratar Sócrates, afinal havia contratado Geraldão, que jogava com Sócrates no Botafogo e este não rendia o esperado sem o “magrão” ao seu lado. Sabendo das intenções do tricolor da capital, pediu para que seu irmão e vice-presidente do timão Isidoro, demonstrasse interesse em Chicão, marcando um almoço para desviar a atenção dos dirigentes tricolores, enquanto isso Matheus foi até Ribeirão e contratou Sócrates. Anos depois o São Paulo viria a dar o troco nos corintianos, com Sócrates já consolidado como ídolo no timão, nada mais obvio de que seu irmão caçula e ídolo assim como ele no Botafogo, acompanhasse os passos de seu irmão e fosse defender o Corinthians, mais desta vez os são paulinos não deixaram barato, se cercaram por todos os lados e levaram Raí para o tricolor. Tudo com esperteza e sem mortes, hoje tudo isso seria propagado como o “não politicamente correto”, crucificado por pessoas que veem o futebol como, sofisticado, distinto, fino, cordial, correto, refinado..., não o futebol cabe um pouco de malandragem, a sonora dos apelidos a nos remeter e associar craques do passado, a sensatez de uma brincadeira provocativa entre adversários, que inflamavam de forma positiva um a partida de futebol. Pessoas que integram e divulgam o nosso futebol brasileiro, parem de deixar o futebol cada vez mais chato, e monótono, deixem de criar regras e fantasmas, que ditem e sufoquem ainda mais nosso futebol em queda.

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